Hoje, pela manhã, tive, infelizmente, de ir ao Banrisul. A fila estava pequena, praticamente não existia, contudo havia apenas dois caixas. Uma jovem moça e um rapaz estavam sendo atendidos. Passados 10 minutos, a fila crescia, e a dupla continuava parada em frente aos caixas. 15 minutos e nada. O que se pode fazer quando se está parado numa fila de banco? A resposta é: nada. Uma possibilidade é tentar traçar o perfil das pessoas que estão na tua frente. No meu caso, havia uma jovem com uma camiseta comemorativa de Crisma, tipo aquelas que fazemos quando nos formamos no segundo grau, com o nome dos colegas nas costas. Certamente, ela estava rezando para que a vila andasse depressa. À frente, estava um senhor de meia idade de camisa xadrez, e um jovem executivo. A primeira da fila era uma mulher com seus 40 anos, loira, mas ainda muito atraente. Estava extremamente impaciente, e já começa a expressar a sua indignação.
É com esse clima que as más idéias brotam. A fila continuava parada. 20 minutos se passaram e o casal continuava ocupando os únicos dois caixas. Nesse ínterim, eu distraído, ou melhor, impaciente olho em direção da porta do banco e vejo uma pessoa deficiente física, com duas muletas entrando no banco. O alarme da porta giratória soa. O guarda, constrangido, a libera, e o senhor, visivelmente coxo a atravessa com dificuldades. Todos o olham com certa piedade, e sedem seu lugar na fila.
Então surge essa terrível idéia na minha cabeça. E se o senhor coxo, na verdade fosse um assaltante? Ele usaria as muletas para distrair os vigilantes e justificar o alarme, enquanto dentro de seu casaco ou sobretudo, dezenas de armas estariam guardadas. Os seus comparsas estariam na fila. Talvez a jovem crismada fosse um excelente disfarce para uma sanguinária assassina. Que plano perfeito. Eu até agradeceria se eles matassem os desgraçados que me fizeram esperar 20 minutos na fila.