Conversa de Botequim

Uma visão desfocada da realidade do mundo

Archive for dezembro \10\-03:00 2008

Idéia para um possível assalto a banco

Posted by José Eduardo Coutelle em 10 dezembro, 2008

Hoje, pela manhã, tive, infelizmente, de ir ao Banrisul. A fila estava pequena, praticamente não existia, contudo havia apenas dois caixas. Uma jovem moça e um rapaz estavam sendo atendidos. Passados 10 minutos, a fila crescia, e a dupla continuava parada em frente aos caixas. 15 minutos e nada. O que se pode fazer quando se está parado numa fila de banco? A resposta é: nada. Uma possibilidade é tentar traçar o perfil das pessoas que estão na tua frente. No meu caso, havia uma jovem com uma camiseta comemorativa de Crisma, tipo aquelas que fazemos quando nos formamos no segundo grau, com o nome dos colegas nas costas. Certamente, ela estava rezando para que a vila andasse depressa. À frente, estava um senhor de meia idade de camisa xadrez, e um jovem executivo. A primeira da fila era uma mulher com seus 40 anos, loira, mas ainda muito atraente. Estava extremamente impaciente, e já começa a expressar a sua indignação.

É com esse clima que as más idéias brotam. A fila continuava parada. 20 minutos se passaram e o casal continuava ocupando os únicos dois caixas. Nesse ínterim, eu distraído, ou melhor, impaciente olho em direção da porta do banco e vejo uma pessoa deficiente física, com duas muletas entrando no banco. O alarme da porta giratória soa. O guarda, constrangido, a libera, e o senhor, visivelmente coxo a atravessa com dificuldades. Todos o olham com certa piedade, e sedem seu lugar na fila.

Então surge essa terrível idéia na minha cabeça. E se o senhor coxo, na verdade fosse um assaltante? Ele usaria as muletas para distrair os vigilantes e justificar o alarme, enquanto dentro de seu casaco ou sobretudo, dezenas de armas estariam guardadas. Os seus comparsas estariam na fila. Talvez a jovem crismada fosse um excelente disfarce para uma sanguinária assassina. Que plano perfeito. Eu até agradeceria se eles matassem os desgraçados que me fizeram esperar 20 minutos na fila.

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Radiohead no Brasil

Posted by José Eduardo Coutelle em 7 dezembro, 2008

Uma das maiores bandas do Rock da atualidade estará no Brasil, e a barreira da distância e da grana me separam dela. Radiohead vem pela primeira, e talvez a última, vez ao território canarinho promover seu último disco, In Rainbows. Os ingressos custam 200 “pilas”, e infelizmente, se apresentarão apenas em São Paulo e Rio de Janeiro.

Revendo os custos totais da empreitado, vejo que a situação é totalmente inacessível para um estudante de jornalismo desempregado. Viagem de avião nem pensar. Precisaria de no mínimo uns R$ 400. Talvez ônibus, mas ainda sim estrapolaria o meu orçamente, que já está previsto até o verão de 2014. A única saída seria conseguir carona. Diariamente, muitos caminhoneiros de Santo Antônio – minha cidade – fazem frete para a capital financeira do Brasil. Acho que não haveria grande perigo em entrar na boléia dum caminhão até São Paulo. Ainda teria a chance de conhecer vários prostíbulos no caminho, e tomar cafés exageradamente adoçados nas conveniências de postos de gasolina. O principal perigo é ser devorado por alguma cratera sanguinolenta  e com instintos psicopatas da mal intencionada 101, em algum lugar aos arredores da submersa Santa Catarina.

A estada não será um grande problema. Existem vários albergues para mendigos em São Paulo, caso todos os viadutos já estiverem ocupados. Em última instância ainda, posso recorrer o pouso ao meu irmão que mora na cidade. Restou somente o gasto com alimentação agora, fora o ingresso. Acho que consigo viver uma semana com uma dieta balanceada de broa de milho e água.

Só me faltam os 200 pilas da entrada então. Nem pedir dinheiro na Unisinos como meu colega Rodrigo Dias fez posso, pois praticamente já acabaram as aulas. Não sei se sou humilde – ou cara de pau mesmo –  o sufuciente para pedir esmola na rua. Assim, só me resta comprar uma arminha d’água e tentar assaltar as velhinhas quando forem sacar o seu décimo terceiro.

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